As revoluções matam seus idealizadores
As
revoluções de esquerda certamente são uma das maiores armadilhas da
história. Elas conseguiram ludibriar
tanto os intelectuais que ansiaram e agitaram pela revolução armada (daí seu ávido
desejo de desarmar o cidadão comum) quanto os próprios "pobres e oprimidos", ambos os
quais, em vez da prometida utopia anticapitalista, ganharam apenas campos de
concentração.
Durante
e Revolução Francesa, um jornalista fez a observação de que as "revoluções
matam seus rebentos". Isso é apenas
parcialmente verdade. A realidade é que
as revoluções matam também seus idealizadores. Mais especificamente, as revoluções de
esquerda ocorridas ao longo da história mataram todos os intelectuais de
esquerda que as fomentaram e as fizeram acontecer.
E
quando eu digo "revoluções de esquerda", refiro-me a revoluções que
explicitamente almejavam utilizar o poder do governo para reformular toda a
sociedade. Recriar uma sociedade com o
intuito de torná-la uma versão real de um modelo que foi idealizado como
"justo" é uma proposta que sempre seduziu intelectuais e os demais proponentes
dessa utopia.
Mas
também é fato que em todas essas revoluções reformistas os intelectuais eram
apenas o prato de entrada. A história
mostra que todas as revoluções reformistas vão direto para o prato principal:
os "pobres e oprimidos" e as "minorias", ambos os quais eram considerados os
mais ardorosos defensores da revolução.
Todas
as revoluções de esquerda ocorridas no século XX seguiram esse padrão: paridas
por intelectuais utópicos, o poder é rapidamente tomado por demagogos que sabem
apelar aos instintos mais primitivos do cidadão comum. Mesmo nos lugares mais "civilizados" — como
a República de Weimar, na Alemanha, ou a Cuba da década de 1950, que era aonde
os ricos e famosos iam se divertir — esses demagogos recém-coroados não hesitaram
em enviar todos os intelectuais, os pobres e os "pervertidos" para campos de
reeducação, onde foram torturados, mortos e pendurados em postes de iluminação.
Intelectuais
radicais que são sustentados com o dinheiro dos pagadores de impostos para fazer
proselitismo de ideologias violentas estão, literalmente, brincando com
fogo.
Mao
Tsé-Tung famosamente se gaba de ter "enterrado
vivos 46.000 intelectuais", o que significa que ele enviou todos eles para
campos de concentração, onde eles ficariam calados e morreriam de fome.
O
radical movimento
comunista de Pol Pot (o Khmer Vermelho) executou intelectuais aos milhares,
chegando ao ponto de ter como alvo qualquer
pessoa que usasse óculos.
Até
mesmo aquele regime que ainda é visto como "bacana", o de Fidel Castro, criou campos de concentração para
homossexuais.
Já
a União Soviética tornou a homossexualidade uma
prática ilegal por mais de 50 anos, fazendo com que o atual regime de Putin,
que proíbe marchas LGBT, seja um parque de diversões em comparação.
A
maior ironia de todas, dado o seu estrelato alcançado no meio universitário, é
que o herói dos radicais, Che
Guevera, pessoalmente — e com grande regozijo — executou vários
homossexuais, os quais ele assumidamente detestava. E ele fez isso ao mesmo tempo em que criava
toda uma rede de campos de
concentração ao longo de Cuba para torturar gays e efeminados com o intuito
de fazê-los renunciar às suas "perversões malévolas", as quais eram vista como
o produto do capitalismo moralmente corrosivo.
[Nota da Folha: o trecho a seguir foi retirado do site Grupo Gay da Bahia:
Em 1959, ao tomar o poder em Cuba, Fidel declarou que "um homossexual não pode ser um revolucionário". Em 1965, Fidel e Che Guevara criam as Unidades Militares de Ajuda à Produção, acampamentos de trabalho agrícola em regime militar, com cercas de 4 metros de arame farpado, onde os homossexuais e outros "marginais" realizavam trabalho forçado nos canaviais, com até 16 horas de trabalho forçado, em condições desumanas muito semelhantes aos campos de concentração nazistas.
Inúmeros artistas e escritores homossexuais foram perseguidos nesta ocasião: Virgílio Piñera, Lezama Lima, Gallagas, Anton Arrulat, Ana Maria Simo, inclusive o poeta norte-americano Alien Ginsberg, expulso por ter divulgado que era rumor permanente em Cuba e no exterior que o irmão de Fidel, Raul Castro, era homossexual enrustido.
Outro jornalista gay a ser perseguido foi Allen Young, que de garoto propaganda da revolução cubana, tornou-se persona non grata ao denunciar a crueldade da homofobia nesta ilha.]
Por
que as revoluções reformistas gostam de executar tanto os intelectuais de
esquerda que as apoiaram quanto os próprios "grupos vulneráveis" tão adorados
pelo coração esquerdista? Porque o poder
tem a sua própria lógica. Porque todo
governo que se mantém na base da violência tem de estar constantemente atento a
toda e qualquer eventual ameaça. E isso
significa que ele tem de apelar aos mais baixos instintos das massas. Se as massas odeiam gays, judeus ou
intelectuais, então o governo revolucionário saciará esse desejo, e enviará
gays, judeus e intelectuais para os gulags.
Aquilo que o populacho abomina, o governo onipotente também irá
abominar.
E
por que os intelectuais se negam a enxergar esse horrendo padrão? Presumivelmente, eles sempre têm a esperança
de que "dessa vez será diferente", e que os universitários radicais e seus
políticos de estimação irão poupá-los e ser mais contidos. Se a história nos serve de guia, isso não
ocorrerá. Em vez disso, a revolução
defendida por eles será mais uma vez "corrompida" por populistas e transformada
em seu pior pesadelo: uma revolução que é anti-intelectual, anti-gay, racista e
anti-semita. Não importa quão pura seja
o ideário de uma revolução: a história mostra que é nisso que ela vai
descambar.
A
esquerda politicamente correta, que gosta de incentivar revoluções, pensa que é
capaz de controlar as massas enfurecidas.
Doce ilusão. Ela será a primeira a ser enviada aos
campos de concentração.
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